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domingo, 6 de setembro de 2009

Os 10 mais: Influencia no tempo de desemprego

Recentemente consegui uma oportunidade depois de 5 meses buscando uma recolocação no mercado de trabalho. Pela primeira vez na vida fiquei mais que 2 meses sem arrumar absulutamente nada na área de TI senão alguns projetos pequenos e pontuais e alguns treinamentos.

Vários fatores negativos chegaram até a mente e um deles foi com relação a idade: Tenho 36 anos e estou para completar 37 em dezembro e por algumas vezes cheguei a crer que não poderia mais ser recolocado, mas não é bem assim. Vale sempre a persistência e procurar não desistir.

Não digo isso para conforto próprio ou de você que está lendo isso agora. Digo isso de pesquisas que eu fiz para tentar entender algo além da mesmice das respostas ao estilo "É essa crise maluca...tá tudo assim".

Não é bem assim, se fosse não teria noticias dizendo que o mercado de trabalho está melhorando.

Claro, todos nós lamentamos demais o péssimo estado do mercado de trabalho e como é difícil conseguir emprego. Realmente, há épocas em que o mercado de trabalho fica muito difícil e acho que esse ano é um deles. Comparei com dados de anos anteriores para tentar entender alguma coisa.

No ano de 2002, por exemplo, os profissionais especializados de nível técnico em TI como analistas, engenheiros e arquitetos ficaram desempregados, em média, 10,84 meses. Esse foi o efeito pré-Lula.

Após 2003, o mercado de trabalho começou a melhorar a cada ano. É interessante notar que em 2005 o tempo médio de desemprego está baixo, em comparação aos últimos dez anos. Não vou ficar discutindo números e mostrar gráficos mas minha percepção foi que presidentes e diretores ficam desempregados menos tempo que os profissionais em cargos inferiores.

O que ajuda o executivo a conseguir emprego mais rapidamente? Para fazer essa análise, eu li as pesquisas que o site da Catho e da APINFO fizeram e disponibilizaram em seus respectivos sites. Todos eles usam regressão múltipla para verificar as variáveis mais significativas ou contrataram a mesma consultoria pra fazer a pesquisa. O uso de técnicas de regressão múltipla passo a passo permite identificar uma média de 10 fatores que influenciam o tempo de desemprego de um profissional. Este modelo pode parecer um bicho de sete cabeças porque é matemático e usa sofisticadas técnicas estatísticas. Porém, não é. O modelo foi útil para eu entender o que temos que fazer para ficar desempregado por pouco tempo.

Vou explicar cada variável que diz respeito a realidade da nossa área e sua influencia no tempo de desemprego.

1 - Contratação pela Internet.
Aproximadamente 14% das pessoas são contratadas pela Internet, e quem consegue, reduz o tempo de desemprego em aproximadamente 26 dias. Por quê? É muito lógico! A Internet é rápida; a resposta via e-mail acontece em tempo real.

2 – Contratação via networking (indicação e o famoso QI).
Este é o caso de aproximadamente 44% das pessoas. O processo de networking é demorado; ele aumenta o tempo de desemprego em 6,8 dias. Vamos entender bem: não é para não fazer networking! Faça-o, mas entenda que é um método demorado, mas que vai dar resultados – como deu pra mim e com certeza para muita gente.

3 – Utilização dos serviços de recolocação/outplacement.
A estatística mostra que esses serviços reduzem o tempo de desemprego em 55,2 dias, em média, o que é uma baita melhora! A essência de um trabalho de consultoria é ensinar as pessoas a como procurar emprego. Descobri que a gente não sabe procurar emprego (Pelo menos)! Uma das pesquisas mostra que 75% das pessoas desempregadas não leram nenhum livro sobre como procurar emprego. A consultoria de outplacement fundamentalmente soluciona o problema da nossa ignorância, reduzindo muito o tempo de desemprego.

4 – Supervisores, gerentes ou profissionais especializados ficam mais tempo desempregados; em média, 12,9 dias a mais.
O mercado de trabalho é mais difícil para quem ocupa cargos de nível hierárquico inferior. E isso ocorre, principalmente, porque existe muita gente com idade avançada e ganhos altos que não consegue emprego.

5 – A tão sonhada contratação pela CLT colabora para aumentar o tempo de desemprego. Se você insiste em ser contratado em regime CLT, vai aumentar seu tempo de desemprego em 14,1 dias, em média e isso eu senti na pele. Muito lógico isso! As empresas preferem contratar em regime de prestação de serviços, que custa menos.

6 – Se você aceitar ser contratado como prestador de serviços, isso reduzirá seu tempo de desemprego em menos 14,4 dias, em média.

7 – A idade influencia muito no tempo de desemprego.
Os profissionais maduros demoram muito mais para conseguir uma recolocação. Um profissional de 50 anos vai demorar, em média, 38 dias a mais para conseguir emprego do que um profissional de 30 anos.

8 – Lamentavelmente, o mercado de trabalho ainda é machista, e tem preferência por contratar homens.
O homem demora, em média, 10,8 dias a menos para conseguir emprego. Apesar disso ser um dado da pesquisa tenho cá comigo minhas dúvidas.

9 – O profissional que tem um negócio paralelo ao seu emprego demora mais para conseguir uma nova colocação do que aquele que não tem. Não é muito – cerca de 8,4 dias.

10 – A última variável é sobre o local de trabalho. A cidade de São Paulo tem mais oportunidades que outras cidades, e quem consegue emprego em São Paulo demora, em média, 6 dias menos do que quem não mora.

Quais são as lições que pude tirar deste modelo estatístico dos fatores que influenciam o tempo médio de desemprego e da minha própria experiência de 5 meses longe o mercado? A mais importante lição é que o conhecimento sobre como procurar emprego tem influencia direta no tempo de desemprego. Quando digo saber procurar uma oportunidade estou sendo genérico pois as oportunidades acontecem a cada instante e devemos estar atentos para nos colocar a altura delas.

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